O Primeiro-Ministro, António Costa, presidiu à apresentação do programa Interface, em Lisboa, numa cerimónia que contou também com a presença dos Ministros da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, e da Economia, Manuel Caldeira Cabral.
Em janeiro, o Primeiro-Ministro referiu que o Programa visa «pôr em contacto empresas, universidades e politécnicos, conhecimento e necessidades», promover o «desenvolvimento através de oportunidades de investigação, e desenvolver produtos a partir de investigações já concluídas».
O Interface, incluído no Programa Nacional de Reformas, tem como objetivo promover a densificação do território nacional através de atividades baseadas no conhecimento.
A sessão inclui ainda a apresentação do conceito de Laboratório Colaborativo, cuja meta é consolidar a capacidade e o potencial que as comunidades científicas e académicas apresentam para fazer face à oportunidade de relacionar o conhecimento com o bem-estar e o desenvolvimento social e económico do País.
Os Laboratórios Colaborativos são associações de unidades de investigação, instituições de ensino superior, empresas, instituições intermédias e de interface, centros tecnológicos, associações empresariais e parceiros do tecido produtivo, social e cultural.
Tendo como objetivo garantir um programa de Agendas de Investigação e Inovação assumidas de forma colaborativa, consagrando um compromisso com o conhecimento e a ciência que estimule o emprego científico, os Laboratórios Colaborativos visam facilitar a criação de emprego qualificado, gerar valor económico, e mobilizar a capacidade de produção industrial.
Integrado no Programa Interface, o projeto Clube de Fornecedores tem como objetivo posicionar as pequenas e médias empresas (PME) em cadeias de valor internacionais, com o suporte de empresas líderes mundiais instaladas em Portugal.
Tirando partido da presença no País de empresas com dimensão internacional, esta iniciativa permitirá às PME que participem em cada Clube beneficiar de um maior volume de compras no mercado nacional por parte da empresa líder, bem como de um melhor acesso a novas tecnologias e mercados internacionais.
Na cerimónia será celebrado um protocolo de constituição de uma rede que suportará a criação do primeiro Clube de Fornecedores, que se candidatará ao Portugal 2020. Integram esta rede a Bosch Portugal, enquanto líder desta rede, a Universidade do Minho e outras cinco instituições de interface, e 36 PME.
Estima-se que este projeto conduza a um acréscimo de 80 milhões de euros de compras da Bosch a PME portuguesas, a realização de 100 milhões de euros de investimento, e a geração de 300 postos de trabalho qualificados.
O Interface «vai criar incentivos entre o ensino superior e as empresas, fazendo a ponte do conhecimento à necessidade de inovação empresarial», afirmou o Ministro da Economia, sublinhando que o Programa «vai ter um valor de 1400 milhões de euros nos próximos seis anos».
«A partir de dia 23 de fevereiro, vão estar disponíveis 63 milhões de euros para empresas e centros de interface tecnológicos, e – até ao final do ano – estarão disponíveis mais de 200 milhões de euros, onde se incluem os 63 milhões de euros, destinados às empresas, centros de interface e instituições científicas», acrescentou Manuel Caldeira Cabral, referindo que «os centros interface ajudam as empresas a ganhar produtividade».
O Ministro disse ainda que, além destes fundos estruturais, o Governo criou um Fundo de Inovação, Tecnologia e Economia Circular (FITEC), «que vai permitir financiamento plurianual das instituições», ou seja, «o objetivo é que se crie mais emprego para doutorados nestas instituições que trabalham junto das empresas, o que inclui mais investigação aplicada».
Em 2017, o FITEC vai ter uma dotação de 44 milhões de euros, mas «ao longo dos seis anos deverá ser reforçada anualmente, para um total de 200 milhões de euros», acrescentou Manuel Caldeira Cabral. Este Fundo conta com as dotações provenientes do Fundo Português do Carbono, da Agência para a Competitividade e Inovação (IAPMEI), do Fundo do Ambiente, e do Fundo para a Sustentabilidade Sistémica do Setor Energético.
«No final deste ano, estaremos a fazer pagamentos a partir do FITEC, que permite dar mais estabilidade a estes centros interface, e todos os anos vai haver uma avaliação», afirmou também o Ministro.
E concluiu: «Com este programa, serão introduzidas três áreas: eficiência energética, economia circular e digitalização da indústria», o que traduz «uma reforma estrutural muito importante».
O Programa Interface integra ainda os clusters de competitividade, que são plataformas de conhecimento e de competências constituídas por parcerias que integram várias organizações que partilham uma visão estratégica comum: maximizar a competitividade através da cooperação e de economias de escala.
Os Clusters são hoje determinantes para a concretização das políticas públicas de apoio ao crescimento das PME e à implementação da especialização. O Portugal 2020 certificou 19 Clusters de competitividade no País.
Das medidas que integram o Programa Interface, já foram concretizadas:
Ao longo de 2017, está prevista a concretização de um conjunto de medidas agrupadas em torno de quatro eixos distintos: financiamento, recursos humanos, novas áreas e redes.
Dentro do eixo financeiro, relevam as seguintes medidas:
Dentro do eixo dos recursos humanos, relevam as seguintes medidas:
Dentro do eixo das novas áreas, relevam as seguintes medidas:
Dentro do eixo das redes, relevam as seguintes medidas: