A tempestade Perfeita

A tempestade Perfeita

A tempestade Perfeita é uma história fictícia, sobre os que trabalham na retaguarda dos hospitais. Foi-me enviada anonimamente, mas resolvi partilhar a mesma aqui pois é um exemplo do que é uma equipe. Um hospital funciona, como um todo tal como qualquer empresa. Todos contam e todos são importantes! Não podemos deixar ninguém para trás para que a equipe continue a ganhar, mas para isso é necessário que os líderes, liderem, e saibam liderar!

A tempestade perfeita

Embora a Pandemia só durasse há um ano, já tinham sido desenvolvidas vacinas que tinham demonstrado capacidade para imunizar a população contra o novo vírus. 

Há duas semanas tinha chegado àquele hospital algumas centenas de doses, insuficientes para imunizar todos os que nele trabalhavam. Desde então e devido a problemas logísticos não houve fornecimento de mais vacinas.

As autoridades tinha decidido que, seriam imunizados em primerio lugar todos os que trabalhavam na “linha da frente”, termo que nunca foi claramente definido e esclarecido.

Apenas metade dos médicos e enfermeiros haviam sido imunizados, de acordo com o plano de prioridades.

Às onze horas da manhã, daquele dia de tempestade, com chuva e vento fortes, aumenta a afluência de doentes con sintomas da doença provocada pelo vírus que há um ano todos tentavam combater.  Todos os enfemeiros, médicos e asistentes operacionais são convocados para acudir àquela vaga de casos da nova doença. 

Subitamente o sistema distribuição de gases medicinais deixou de funcionar, deixando dezenas de doentes sem fornecimento oxigénio. O enfermeiro responsável contacta de imediato a sala de controlo (responsável pela monitorização de todos os equipamentos eléctricos, elctromecânicos e de suporte à vida do hospital).

Após alguns minutos a tentar entrar em contacto com a sala de controlo, o enfermeiro responsável é informado que os técnicos da sala de controlo, estão em isolamento domiciliário ( e sem possibilidade de acederem remotamente ao seu posto de trabalho) devido a terem apresentados sintomas da doença, e que só havia um electricista encarregue de atender a todos os pedidos de manutenção do hospital, visto os restantes electricistas estarem também infectados.

Enquanto o serviço de urgência tentava contactar o electricista, ocorre um falha de energia devido ao mau tempo, deixando o hospital com electricidade apenas nos sistemas de emergência.  Quando finalmente o electricista é contactado, este está a tentar ligar os geradores de emergência, que não tinham arrancado automáticamente.

Quando os geradores finalmente arrancam o electricista dirige-se à central de gases onde a custo consegue reiniciar o fornecimento de oxigénio ao hospital.

De volta ao edifício principal o electricista é informado que os elvadores não estão a funcionar, devido ao corte súbito de corrente, e que é necessário proceder ao resgate de pessoas fechadas dentro dos elevadores.

A pessoas são resgatadas e os elevadores são postos a funcionar. Usando as escadas para se deslocar para a sala de controlo, o electricista, com a pressa de chegar, escorrega numa máscara , das muitas que inundam o chão do hospital (a empresa de limpeza deixou de poder garantir os serviços no hospital) e cai nas escadas. Tem uma perna partida o telemóvel caiu pelas escadas abaixo. 

Quem o socorre ? Quem nos socorre?

“A Tempestade Perfeita”
anónimo, Dezembro de 2020